Durante um banho, tudo mudou na vida de Janaína Oliveira, de 39 anos. Em novembro de 2021, ela sentiu um caroço na axila direita e procurou ajuda médica. Tempos depois, já em tratamento por linfoma, ela descobriu que a doença estava associada ao implante mamário.
O caroço apareceu, segundo Janaína, nove anos e oito meses após colocar silicone nos seios. E não foi tão simples relacionar a doença à prótese, já que esse tipo de câncer é "extremamente raro", de acordo com o presidente da regional de Santa Catarina da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Rogério Schützler Gomes. O diagnóstico é feito com exames específicos.
No caso de Janaína, inicialmente ela foi diagnosticada com linfoma de Hodgkin. Ela passaria por 12 sessões de quimioterapia, mas precisou fazer mais de 30, porque o câncer voltava. Durante o processo descobriu que o linfoma estava, na verdade, associado ao silicone. Com a retirada do implante, o câncer não voltou mais.
No total, a jornada do tratamento envolveu, ainda, um transplante de medula óssea, concluído há três meses. Ela contou toda essa caminhada nas redes sociais, uma forma de "conscientizar as meninas", segundo ela.
Janaína é gerente e mora em Brusque, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina.
Implante e descoberta da doença
Tudo começou com um desejo. "Um sonho eu acho que de muitas mulheres. Colocar o silicone era um sonho meu", resume.
Ela diz que não foi avisada sobre os riscos associados às próteses.
"Não fui informada que poderia causar doenças, muito menos um câncer. Porque se a gente é informado, a gente começa a pensar melhor, porque em primeiro lugar a nossa saúde!".
"Não sei dizer se, na época, se eu soubesse também não colocaria. Porque é um sonho, era muito jovem. Mas eu acho que se tivesse informações talvez eu não teria colocado", completa.
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